Até se conhecer melhor a doença, a taxa de mortalidade por essa doença circundava os 70%. Hoje em dia sabe-se que a Pelagra é uma desordem nutricional multissistémica primária a uma deficiência de nicotinamida dentro da célula. Esta deficiência pode ser primária a uma conseqüência de deficiência em niacina ou triptofano na dieta ou secundária a uma doença subjacente. Uma dieta rica em pão, lacticínios, farinha, e farinha de milho com vitaminas, e outros alimentos que confiram certos nutrientes essenciais, previne a doença.
Desde que foi descrita pela primeira vez no séc. XVIII, membros das classes mais altas dividem-se entre quem nega a existência da doença e quem encontra a culpa pelo seu aparecimento nas fraquezas morais inerentes das suas vítimas. Na América do Sul, a Pelagra tornou-se uma questão política e social. A sua presença distinguiu uma região que muitos sulistas não acolhiam bem. Com o fim do séc. XX, a doença surge em alguns pontos isolados no Egito, Lesoto, e Índia. As suas vítimas são pobres, tal como eram os camponeses Espanhóis que consultaram o Don Gaspar Casal, nas Astúrias em 1735.
Nos países mais desenvolvidos, a Pelagra é diagnosticada ocasionalmente, normalmente associada ao consumo regular de álcool, podendo também o seu desenvolvimento relacionar-se com infecções parasitárias, particularmente shistosomíase. A Pelagra pode ainda ser desencadeada pelo tratamento com certas drogas (como a Isoniazida, usada no tratamento da tuberculose).
Referências : Kiple, K. F. (1993). "Part VIII: Major Human Diseases Past and Present". In The
Enciclopédia Médica Familiar - O Livro da Saúde (1976). 8ª Edição. Lisboa, Portugal: Selecções do Reader’s Digest.
Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto, Portugal: Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5.
Sem comentários:
Enviar um comentário